segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bombas nucleares

Sempre que se fala em bombas nucleares logo nos lembramos de Hiroshima e Nagasaki. É do costume popular imaginar que as bombas lançadas nessas cidades eram de grande poder destrutivo (o que realmente eram). Mas, em comparação com as bombas nucleares que surgiram posteriormente, as bombas de Hiroshima e Nagasaki são comparáveis a “estalinhos”. Para entender isso é preciso saber de algumas coisas. Primeiramente, vamos aos tipos de bombas nucleares existentes:
Bombas de fissão nuclear - São as que utilizam a chamada fissão nuclear, onde os pesados núcleos atômicos do urânio ou plutônio são desintegrados em elementos mais leves quando são bombardeados por nêutrons. Ao bombardear-se um núcleo produzem-se mais nêutrons, que bombardeiam outros núcleos, gerando uma reação em cadeia.
Bombas de fusão nuclear - Baseiam-se na chamada fusão nuclear, onde núcleos leves de hidrogênio e hélio combinam-se para formar elementos mais pesados e liberam neste processo enormes quantidades de energia. Bombas que utilizam a fusão são também chamadas bombas-H, bombas de hidrogênio ou bombas termonucleares, pois a fusão requer uma altíssima temperatura para que a sua reação em cadeia ocorra. A bomba de fusão nuclear é considerada a maior força destrutiva já criada pelo homem, embora nunca tenha sido usada em uma guerra.
Bomba de Nêutrons - Uma última variante da bomba atômica é a chamada bomba de nêutrons, em geral um dispositivo termonuclear pequeno, com corpo de níquel ou cromo, onde os nêutrons gerados na reação de fusão intencionalmente não são absorvidos pelo interior da bomba, mas se permite que escapem. As emanações de raios-X e de nêutrons de alta energia são seu principal mecanismo destrutivo. Os nêutrons são mais penetrantes que outros tipos de radiação, de tal forma que muitos materiais de proteção que bloqueiam raios gama são pouco eficientes contra eles. As bombas de nêutrons têm ação destrutiva apenas sobre organismos vivos, mantendo, por exemplo, a estrutura de uma cidade intacta. Isso pode representar uma vantagem militar, visto que existe a possibilidade de se eliminar os inimigos e apoderar-se de seus recursos.
As bombas de Hiroshima e Nagasaki eram de Fissão Nuclear. O que nem se compara as bombas de fusão nuclear. Para que se tenha uma idéia, para se dar “Start” na reação em cadeia de uma bomba de Hidrogênio (bomba de fusão nuclear), utiliza-se uma outra bomba, essa, de fissão nuclear, que é explodida primeiro, gerando assim a energia, o calor e a pressão necessários para que ocorra a fusão dos átomos de Hidrogênio, dando assim “Start” na bomba principal, de fusão nuclear.
Sobre a Potencia das bombas:
A potência das bombas é medida em quilotons (Kt). Para que se compreenda, um quiloton equivale a uma tonelada de TNT. As bombas de Hiroshima e Nagasaki possuíam cerca de 15Kt, 15 mil quilos de TNT, enquanto a bomba mais poderosa de todos os tempos, a Tsar ou Czar bomb, possuía cerca de 50Mt, isso mesmo, 50 Megatons, equivalente a 50 milhões de quilos de TNT. O gráfico abaixo exemplifica muito bem a diferença entre a potência dessas bombas:
As bombas nucleares existentes hoje em dia têm um poder destrutivo muito menor, por vários motivos, inclusive pela existência de tratados de não proliferação de armas nucleares. Mas no início dos experimentos nucleares, principalmente nas duas primeiras décadas, as coisas não eram assim. As bombas nucleares fabricadas naquela época tinham um poder destrutivo absurdo. Inúmeros testes foram realizados. Acredite, já foram lançadas mais de duas mil bombas nucleares em testes. O vídeo abaixo mostra todos os testes feitos de 1954 a 1998. Algo que poucas pessoas sabem é do grande risco existente na explosão de uma bomba nuclear. Pois a reação em cadeia gerada na detonação de uma dessas bombas é muito perigosa. A Tsar bomb, por exemplo, originalmente seria uma bomba de 100 Megatons. Mas os cientistas abandonaram essa idéia e decidiram fazer uma bomba de “apenas” 50 Megatons. Isso porque eles constataram que a energia destrutiva de uma bomba com mais de 30Mt poderia queimar e destruir a atmosfera. A imagem abaixo mostra que uma explosão acima dos 30Mt atinge a estratosfera.Toda bomba nuclear tem uma possibilidade de queimar a atmosfera (por causa de sua reação em cadeia). Por isso, americanos e russos fizeram um acordo de explosão subterrânea dessas bombas. As bombas de Nêutrons, por exemplo, tem uma chance ainda maior de acabar de queimando a atmosfera e, justamente por isso, nunca foram explodidas ao ar livre. Nas últimas décadas muito tem sido feito para acabar com a proliferação de armas nucleares. Mas ainda estamos longe de chegar a uma situação em que todos os países se livrem desses armamentos. Eu tenho um palpite para as bombas do futuro. Acho que utilizarão antimatéria na constituição das novas bombas (especula-se que já existam projetos para isso). Bem, se isso realmente acontecer, e eu espero que nunca aconteça, será num futuro razoavelmente distante (espero eu). Caso você tenha se interessado pelo tema, existe um documentário chamado Trinity and Beyond que mostra diversos testes nucleares. Neste documentário mostram também testes com bombas subaquáticas e canhões nucleares. Vale à pena assistir!

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